terça-feira, 28 de abril de 2015

Novo rolo no BRCR11

Sobre a participação do BC Fund (BRCR) no OPA da BR Properties: trata-se do maior FII do Brasil e um dos menos transparentes. Já avisamos uma vez que esse não é um verdadeiro fundo de tijolo, mas um misto, cada vez mais um fundo de fundos, com composição complexa de ativos e pouca transparência. É por isso que ocorrem absurdos como esse que obrigou a CVM a intervir. 

Reuters:

CVM determina que BTG Pactual consulte cotistas de fundo sobre OPA da BR Properties

SÃO PAULO (Reuters) - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que o fundo BC Fund, do BTG Pactual, realize assembleia geral de cotistas para deliberar sobre sua participação na oferta de aquisição de ações (OPA) da BR Properties, para evitar conflito de interesses, segundo comunicado divulgado no domingo pela empresa de investimento em imóveis comerciais.

A proposta de OPA foi feita pelo fundo FIP Bridge, administrado e gerido pelo BTG Pactual. Uma das condições para a realização da OPA é que o fundo FII Prime, cotista do FIP Bridge, oferte publicamente suas cotas por meio de esforços restritos de colocação.

O FII Prime tem como cotista exclusivo o BC Fund, que possui mais de 17 mil cotistas investidores em geral. Todos os fundos são administrados e geridos pelas empresas do grupo BTG. A CVM disse ter sido informada de que o BC Fund não participará da oferta e, dessa forma, terá sua participação no FII Prime reduzida.

"Ocorre que o grupo BTG possui participação societária relevante na companhia, incluindo a indicação de três membros no Conselho de Administração, dentre eles o presidente", disse a CVM em carta enviada ao BTG Pactual.

"Assim, entendemos que há potencial situação de conflito de interesses, pois, por um lado, o Grupo BTG atuará pelos fundos enquanto comprador e, por outro, o Grupo BTG atuará como vendedor das ações da BR Properties."

Dessa forma, a CVM entendeu que a avaliação prévia pelos cotistas do BC Fund será mais adequada para analisar a materialização ou não de conflito de interesses entre o administrador, gestor e empresas do Grupo BTG.

Caso os cotistas do BC Fund não aprovem a participação do fundo na OPA, a CVM entende que o FII Prime não poderá realizar a oferta, devendo o administrador constituir um fundo específico para esta finalidade, já que o FII Prime é um veículo de investimento exclusivo do BC Fund.

Em fevereiro, o BTG Pactual e a Brookfield Property Group anunciaram a intenção de realizar uma oferta pública voluntária de aquisição de controle da BR Properties, acreditando que o valor de mercado da companhia de imóveis comerciais refletia um desconto em relação aos seus ativos.

(Por Luciana Bruno)

sábado, 11 de abril de 2015

Substituição do gestor do PRSV11

FII tem dono: os cotistas, que podem substituir os gestores que não fazem um bom trabalho, caso do PRSV11. Por isso, há um movimento para unir os cotistas deste fundo e iniciar um processo que leve a troca de administrador. Quem quiser se unir ao grupo envie e-mail para: cotistasprsv11@gmail.com.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

FII: indicações para o mês de abril

O mercado de FII deverá continuar pressionado. A inflação elevada, a alta das taxas de juros, a recessão econômica e a instabilidade política devem afetar, em especial, os fundos de tijolo. Os fundos de papel poderiam se beneficiar com a crise, mas o aumento dos riscos tendem a anular esses ganhos.

Apesar do cenário adverso, o momento é favorável a quem quer investir em FII. Diversos fundos estão pagando mais de 1% de proventos ao mês e muitos fundos estão com cotações abaixo do preço da emissão. Para quem quer garantir a aposentadoria, a hora é agora.

Como o blog busca apenas uma rentabilidade superior no mês, a escolha será baseada no curto prazo, com aplicações de maior risco (essa não é uma carteira de longo prazo):

EDGA11B: apesar do péssimo desempenho no mês passado, mantemos a indicação. Mesmo com inadimplência, vacância e gastos com reformas, o fundo ainda rende 0,93% ao mês.

MXRF11: fundo polêmico e de alto risco, misto de fundo de papel com fundo de fundos. Vem de uma longa queda, motivada por diversos problemas enfrentados no passado. Agora, parece que está no preço justo. O recente aumento nos proventos pode não se manter. Mas é impossível se ignorar um fundo que paga 1,13% ao mês.

FEXC11B: Inflação alta, SELIC elevada, o que é ruim para fundos de tijolo é ótimo para o FEXC. Pagando 1,2%, continua sendo o campeão em DY.

SPTW11: fundo de altíssimo risco. Seu regulamento é confuso, seus imóveis são feios e seu locatário tem um péssimo histórico (Atento). Para piorar, existe a renovação do contrato de um dos dois imóveis para esse ano. Porém, esses riscos são compensados pelos DY estratosférico de 1,16%. Além disso, o valor dos aluguéis é baixo, um dos imóveis está numa região que há incentivo municipal para a atividade da locatária e sua estrutura que sofreu adequações difíceis de serem replicadas. Se o contrato for renovado, as cotações tendem a ser recuperar. É verdade que existem outros fundos com belos imóveis AAA, mas praticamente vazios. Os imóveis do SPTW não são bonitos, mas não possuem vacância ou inadimplência.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

FII: resultado das indicações do mês de março

O mês de março não foi bom para o segmento FIIs. A crise econômico/politica afetou o desempenho dos fundos, especialmente os de tijolo. Poucos foram os fundos de tijolo que se salvaram. O aumento das taxas de juros mais uma vez pressionou as cotações. Por outro lado, a alta da SELIC e da inflação tiveram um efeito positivo nos fundos de papel.

As indicações do blog não tiveram um bom desempenho em março e registraram uma queda de -1,48% (considerando os proventos!). O IFIX, que serve como comparação, também teve um péssimo desempenho: -1.61%. A análise de cada um dos fundos indicados:

EDGA11B: teve uma 7% no mês, por diversos motivos: inadimplência, desconto nos proventos para obras, vacância. Além dos efeitos da alta da SELIC. Mesmo assim, está pagando 0,93% de proventos ao mês.

XPCM11: com queda de 3,2%, sofreu com os escândalos da Petrobras.Sua cotação só pode ser explicada pelo clima de histeria que tomou conta do mercado. O fundo está pagando 1,035% ao mês e o risco da Petrobras abandonar o prédio é pequeno (mas não inexistente).

PLRI11: alta de 3%. A barbada do mês. Pena que a liquidez continua baixa.

FEXC11B: alta de 1,2%, que na prática e apenas proventos. Considerando somente as cotações, terminou o mês com 0% de valorização. Num momento difícil, o fato de ter preservado o capital e rendido um bom dividendo já é bastante positivo.