segunda-feira, 2 de maio de 2016

FIIs: indicações para o mês de maio

A maior ameaça para os FIIs é o fim da isenção do IR, ideia que pode voltar com o governo Temer. Para o curto prazo, a possibilidade de melhora da economia com um novo governo parece que já foi precificado, reduzindo a possibilidade de novas altas.  Além disso, vacância deve continuar alta e a inflação pode recuar, prejudicando os fundos de tijolo e papel. Para as indicações, retiramos VRTA11, que pode sofrer com o anúncio de nova emissão.

FAED11B: o valor dos proventos neste mês de maio de sofrer uma redução em relação a abril, mas ainda manterá o fundo como um dos mais atraentes do segmento. Risco baixo de vacância e inadimplência.

JSRE11: decepcionou em abril. Vamos esperar uma recuperação em maio.

PLRI11: o fundo melhorou sua liquidez em abril, mas sem qualquer reação positiva nas cotações. Seu DY foi de 1,3% no último mês, acumulando 15,2% em 12 meses. É o maior DY do segmento.


XPCM11: a saída da Petrobras do XTED deve afetar o fundo. Mas é bom diferenciar a situação dos dois imóveis: o edifício da XTED já estava sendo desocupado desde o início do ano, enquanto que o prédio da XPCM elevou a sua ocupação, segundo o último relatório (de 1300 para 1400 funcionários). Essa movimentação mostra que a Petrobras não pretende sair do imóvel, mas também que nunca houve interesse em negociar com a administradora da XTED ( seria apenas um misancene para botar medo na administradora do XPCM?). O processo de renegociação do XPCM com a Petrobras deve ser longo, mas, mesmo com um desconto de 30% no contrato típico e atípico e a suspensão do reajuste anual (totalizando quase 40% de desconte) ainda deixaria com um dos maiores DY do segmento.

FIIs: resultados do mês de abril

As cotações dos fundos imobiliários continuaram se recuperando em abril. O IFIX subiu no mês 4,6%, com a alta concentrada nos fundos de tijolo, apesar do aumento da vacância. Já os fundos de papel tiveram uma alta mais modesta. Esse resultado é decorrente da perspectiva de melhora da economia, queda nas taxas e recuo da inflação. Também houve uma correção dos papeis que estavam com um desconto elevado em função da possibilidade de taxação dos FIIs (ameaça que volta com um futuro governo Temer).

As indicações do blog não tiveram um bom desempenho, rendendo apenas +1,95%, em função da presença de fundos de papel e da correção em XPCM:

FAED11B: melhor desempenho das indicações, rendeu 6,69% no mês, tendo recebido proventos extras no mês. Apesar da alta, continua sendo um dos maiores DY do segmento;

JSRE11: como a maioria dos fundos de papel, teve um baixo desempenho, apenas 2,56% de rendimento no mês. A queda na inflação não favorece o segmento;

VRTA11: a administradora pretende fazer mais uma emissão, ao preço de R$ 103,00. Emissão desnecessária que travou os negócios no fundo. A valorização foi de pífios 0,86% no mês, garantido apenas pelos proventos. O fundo possuí uma boa composição, mas as sucessivas emissões prejudicam os cotistas, travando os negócios;


XPCM11: depois de uma alta de 11,6% em março, seria difícil manter o desempenho. Para piorar, no último pregão teve o anúncio da desocupação da Petrobrás do imóvel da XTED em Macaé. Apesar de ser uma boa notícia para o XPCM, reinou um clima de nervosismo. Resultado, o fundo fechou o mês com -2,3% na cotação.