Nem L, nem U, nem V

Nos últimos meses os economistas passaram a usar o recurso de figuras gráficas para descrever o provável futuro da economia mundial. Figuras não, letras. Até agora, essa incursão no mundo do grafismo não teve muito sucesso. O “L” foi superado: a idéia de que teríamos uma queda abrupta seguida por um longo período de estagnação não se concretizou, visto que neste ano houve o início de uma recuperação. O “U” seria o “L” seguido por uma retomada rápida da economia, o que também se mostrou superado. Por fim, o “V”, que seria uma retomada imediata após o fundo, sem um período de estagnação. Essa última parece que também vai ser superada pela realidade, pois tudo indica que a recuperação da economia, por enquanto, ficará pela metade.

Nas últimas semanas surgiu uma nova letra, o “W”: haveria uma recuperação incompleta, seguido de um novo fundo para posteriormente ocorrer a verdadeira recuperação. Bem, pelo menos o “W” é uma figura adotada pela “análise técnica”. Contudo, é provável que o “W” também seja superado. Para que fosse válido, teríamos que ter uma nova situação de pânico, com ameaças de bancos quebrando, de forma a termos um novo fundo. Parece que essa fase crítica foi definitivamente superada. Então, se teremos uma nova perna de baixa, essa dificilmente alcançará o fundo de 2008.

Na verdade, o que vemos é o mercado fazendo correções dos exageros, seja do pessimismo do final de 2008, seja do recente otimismo. No final, o que o mercado busca é um novo equilíbrio. Nesta sucessão de altas e baixas, a figura que melhor pode representar o que ocorre é o velho e conhecido triângulo, típica figura da AT para período de ajustes. Mas economistas geralmente não apreciam a AT.

No gráfico, Ibovespa com arc-fibo.